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O que é fotografia cinematográfica?

Foto do escritor: HavaneHavane

Atualizado: 4 de out. de 2018

Explicando o conceito de fotografias de quadros vivos.

A fotografia como arte contemporânea, de Charlotte Cotton

Esse estilo de fotografia – cuja leitura carece de interpretação e depende do espectador, suas vivências e conteúdos psicológicos – é descrita como fotografia de quadros ou de quadros-vivos, como nos explica Charlotte Cotton, no capítulo intitulado Era uma vez do seu livro A fotografia como arte contemporânea (2010, p. 49-79). Essa narrativa surgiu em meados do século XX, principalmente com o trabalho do artista Duane Michals (1932), que se preocupava em abordar questões metafísicas e explorar narrativas psicológicas em vez de documentar a realidade externa.

Fotografias de quadros-vivos são compostas por cenas coreografadas para o espectador, utilizando a montagem cênica de um evento ou enfatizando a natureza artificial da fotografia, a fim de ressaltar seu caráter imaginativo ou ficcional. Nesse contexto, o fotógrafo pode trabalhar tanto sozinho, como um pintor, ou orquestrando um grupo (formado por modelos, assistentes, iluminação, entre outros), atuando como um diretor de arte ou de cinema. Por conseguinte, a iluminação típica desse tipo de fotografia é conhecida como cinematográfica, posto que dramatiza e naturaliza a cena criada, contrastando com a fotografia comercial ou de estúdio, cuja iluminação tende a ser uniforme e artificial (COTTON, 2010).

Assim, a característica basilar das fotografias de quadros-vivos é a encenação, com grande carga de dramaticidade, muitas vezes ambígua, cujo significado o observador deve completar com sua própria interpretação. Não se exige a verdade de conteúdo, tal como ocorre na fotografia documental ou de registro, mas, sim, uma interpretação dos seus significados possíveis. No entanto, a fim de induzir certos entendimentos e alcançar a catarse, diversos recursos podem ser utilizados, como, por exemplo, ocultar o rosto do personagem para evocar sentimentos de ansiedade ou incerteza ou, ainda, congelar parte de um movimento realizado dando margem para ambiguidades na mente do leitor. A principal característica desse tipo de fotografia é, justamente, a transmissão indireta de informações, com significados abertos. O leitor é intérprete e não existem verdades absolutas na fotografia de quadros-vivos (COTTON, 2010).



 
 
 

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​© 2018 por Havane Melo

Brasília, Distrito Federal, Brasil

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